quinta-feira, 27 de outubro de 2011

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

“O Bom Inverno” – João Tordo


“O Bom Inverno” – João Tordo

Criaram-se muitas expectativas em torno do novo romance de João Tordo, O Bom Inverno– é natural, afinal o autor ganhou há pouco tempo o Prémio José Saramago 2009, com As Três Vidas. Por norma, quando se geram muitas expectativas, dá mau resultado, seja em livros, filmes, discos ou qualquer outro tipo de obra. Felizmente, desta vez isso não aconteceu, ou seja, o livro (editado pela Dom Quixote) é mesmo bom; muito bom, sejamos justos.
Bem escrito, com uma boa selecção de vocabulário, bem estruturado e desenvolvido,O Bom Inverno é um excelente romance negro que, apesar do seu estilo clássico, não deixa de surpreender o leitor. Este é, igualmente, um livro sobre escritores e o processo de escrita e aqui por certo as vivências pessoais de Tordo não terão sido esquecidas na hora de “montar” uma série de personagens fascinantes.
O enredo avança lenta mas progressivamente para o abismo. Tudo começa numa reunião de escritores na Hungria, onde um depressivo autor português trava conhecimento com um estouvado italiano, e acaba num denso bosque italiano, onde não faltam cadáveres, carreiros sem saída, desconfianças, traições, vinganças, dolorosas revelações e estranhas formas de justiça.
O escritor português, um frustrado que faz do Dr. House uma referência (coxeia como ele, mas sem motivos para o fazer – é tudo psicológico), aceita, contrariado, participar num encontro literário em Budapeste – o dinheiro pago pela presença faz-lhe jeito, dada a escassa produção literária que tem tido. Na Hungria trava conhecimento com o extrovertido e inconsequente Vicenzo, que, apesar de ser o oposto do português, o convence a ir a Sabaudia, à casa de um produtor de cinema conhecido por apoiar artistas. Lá em Sabaudia, onde se reúne um grupo internacional de artistas e “penduras” (cada um mais estranho e louco do que o outro), quando o tal produtor, Don Metzger, aparece, já está morto, e logo no lago de sua casa.
Em O Bom Inverno há um bom leque de personagens cativantes e imprevisíveis, um leque onde podemos incluir a própria casa de Don, “personagem” fundamental para o desenrolar da história. Fundamental, também, é Bosco, um artista catalão – careca, fisicamente enorme e assustador – protegido por Don que se dedica a construir e lançar balões de ar quente e que carrega um passado pouco habitual para alguém ligado às artes, pois passou por diversos cenários de guerra e morte. É Bosco quem quer – à força (e não é pouca) – justiça, uma forma de vingar o seu protector, que, achava ele, já antes era “sugado” pelos seus convidados/protegidos. Para tal, não deixa ninguém sair de lá e, criando um ambiente terrível entre as personagens, pretende descobrir, escondendo-se no bosque, o culpado. O ambiente claustrofóbico que se gera puxa pelo lado mais negro e deprimente das pessoas envolvidas, não permitindo a ninguém afirmar-se e mostrar-se totalmente inocente.
É, portanto, um livro de muitas personagens, muito diferentes entre si, como se o próprio autor as quisesse descobrir, ver como se comportavam em condições extremas. Para o leitor tanto melhor, pois também tem a possibilidade acompanhar o desenvolvimento dessas personagens. E, avisa-se desde já, não vale a pena nutrir simpatia por nenhuma em especial, todas hão-de revelar os seus podres.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Alice Vieira - Os Profetas

 
Alice Vieira escreve o primeiro romance não juvenil
"No ano de 1533 viviam na ilha de Porto Santo um homem chamado Fernão Nunes e uma sobrinha sua, Filipa Nunes. Dizendo-se inspirados pelo Espírito Santo, tio e sobrinha declararam-se profetas. A heresia não podia ser tolerada, e ao fim de dezoito dias os hereges foram presos, sendo levados para a vila de Machico e depois enviados para Évora."

Este é o princípio de “Os Profetas” o primeiro romance não juvenil de Alice Vieirra que chega aos escaparates das livrarias pela editorial Caminho.
Trata-se de um romance histórico, que  recria a vida na Lisboa quinhentista, com as angústias e os temores que ensombravam uma cidade bela e cosmopolita sobre a qual se adensavam as nuvens da Inquisição e do desastre nacional.
Alice Vieira é fiel à História não escamoteando as suas simpatias e as suas discordâncias e oferecendo-nos um relato emocionante de factos verídicos.
Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Colaborou com o  suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional.

Desde 1979 que publica regularmente tendo-se dedicado sobretudo à literatura juvenil.
Recebeu em 1979 o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com Rosa, Minha Irmã Rosa; em 1983, com Este Rei que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil; e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra.

domingo, 16 de outubro de 2011

CLARABÓIA de José Saramago




O primeiro romance do Nobel, escrito sob pseudónimo e que não chegou a ser publicado.
A ação do romance localiza-se em Lisboa em meados do século XX. Num prédio existente numa zona popular não identificada de Lisboa vivem seis famílias: um sapateiro com a respetiva mulher e um caixeiro-viajante casado com uma galega e o respetivo filho – nos dois apartamentos do rés do chão; um empregado da tipografia de um jornal e a respetiva mulher e uma “mulher por conta” no 1º andar; uma família de quatro mulheres (duas irmãs e as duas filhas de uma delas) e, em frente, no 2º andar, um empregado de escritório a mulher e a respetiva filha no início da idade adulta.
O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés do chão, Silvestre, e a mulher, Mariana, sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí obter algum rendimento. A conversa decorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e o romance avança revelando ao leitor as vidas daquelas seis famílias da pequena burguesia lisboeta: os seus dramas pessoais e familiares, a estreiteza das suas vidas, as suas frustrações e pequenas misérias, materiais e morais.
O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o seu debate – debate que 30 anos depois viria a ser o tema central do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis – com Fernando Pessoa: Podemos manter-nos alheios ao mundo que nos rodeia? Não teremos o dever de intervir no mundo porque somos dele parte integrante?

terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cinema à 3ª

Começa já no dia 11 de Outubro, pelas 13:30, no Auditório o projecto Cinema à 3ª  com o filme NADA A DECLARAR (RIEN À DÉCLARER).

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dia do Diploma - 30 de Setembro


Diploma de Mérito - 7º / 8º / 9º

Diplomas de Mérito - 12º Ano

Curso de Ciências e Tecnologia

Curso Ciências Sócio-Económicas

Curso de Artes Visuais

Curso de Línguas e Humanidades

Curso Prof. de Design

Curso Prof. Técnico de Gestão

Curso Prof. de Técnico de Informática de Gestão